segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Isso não deveria ser História


O complexo ou a síndrome da repetição do que não queremos, lá no fundo. São precisos hífens? Whatever. O fato é que sento em minha cadeira desconfortável, encho minha consciência de teorias precipitadas, vejo pessoas ao meu redor que chiam e se tornam ranzinzas apenas para não perder o costume e termino pensando que (ou se) a vida tem um propósito, meta, deus, valor, crédito, recompensa. Isso tudo pode já ser uma pena a se pagar.
                        Sorte. Deturpada e prepotente é a minha mente, que se gratifica por não crer em superstições, apenas em inspirações causadas por filmes “ultra-pop” from United Fucking States of America, concluindo ser criativa. É o ponto, pointless bitch.
                        Não é uma questão de originalidade. Não é uma questão de conseguir se expressar de uma forma que todos os seres humanos da face da terra deveriam saber. Não é um simples discorrer de devaneios que ora soam ridículos, ora soam instigantes. A questão é querer ser palavra e molestar cada neurônio de um próximo ente que eu não faço a mínima idéia de que útero foi formado. We are all connected.
                        Mas não é pelos sonhos, pelos gostos, pelos sabores, muito menos pelo sexo. A humanidade (substantivo com o conceito mais hipócrita existente no planeta Terra) conflui-se através de todo o Mal existente. Não errei a letra; não me subestime; não me julgue. É justamente esse pensamento de julgamento que o faz ser ligado a mim.
                        Não entendeu? Ótimo. Mais um parágrafo para uma maior prolixidade e para uma menor objetividade. A sua inveja, o seu sangue escarlate de ira, os nossos eufemismos irônicos e sarcásticos, a necessidade de criar as diferenças e, principalmente, a vontade de ser Superior vence, rege, protege, guia e até faz a manutenção de uma coisa chamada sociedade.
                        Você ainda não entendeu? Eu, não. Não que eu também não esteja conseguindo acompanhar a linha de raciocínio. Eu não entendo por que você se nega a participar desta roda. Se você já se tocou de que eu estou falando sobre a essência, o combustível de nossas vidas, pule esse parágrafo. I mean it. Você, que continua comigo por essas linhas, pare e busque em sua memória fétida todo o Mal que você já invocou quando quis algo que não era seu, quando o tempo não lhe foi conveniente e lhe pregou peças, quando você percebeu que foi alguém desleixado e queria voltar atrás de forma egoísta, etc. Traga toda a infâmia da sua vida para a nossa linha de raciocínio e passe a perceber que estou tentando realizar uma crítica. Prosseguimos, então.
                        O problema não está nos cigarros que irão parar no bueiro, trazendo problemas à drenagem de água e causando enchentes. Não está no gás carbônico em excesso que as fábricas de produtos desnecessários à Natureza humana produzem. Não está no outro, naquele que você criticou há poucas horas. A caixinha de surpresas foi aberta por este nobre e ocioso narrador, mostrando uma foto sua nela. A caixa de Pandora, meu querido, minha querida. A foto parece uma figurinha infantil que, ao mudar de ângulo, muda a posição do Grande (?) protagonista. Ela vai mostrar as suas piores atitudes, os seus maiores preconceitos, seus pecados mais tiranos e sua face ausente de culpa. Não ache que isso é uma lição de moral. Isso é um comentário despretensioso e mundano, vindo de alguém que não tem ao quê recorrer quando vê que um dos maiores defeitos é escrever para quem tem defeitos.
                        A minha caixa de Pandora está aberta, mas como o narrador não interessa e já teve suas revelações feitas, voltemos a você. Pare de pensar em qualquer outra coisa e passe a refletir: Eu posso mudar o Sistema? Eu conseguiria fazer algo que tornaria todas as vidas do planeta melhor? Eu Quero fazer algo a mais? A questão não é se você vai conseguir. O ponto é apenas Agir. Fazer por onde. Recomeçar de uma forma sustentável. E não seja bitolado, não falo apenas de meio ambiente. O mundo é bem maior que isso.
                        A proposta deste texto não é torná-lo um ser perfeito, por que, afinal, você é um ser humano. Não por que os seres humanos erram, mas por que os seres humanos são os únicos primatas, cordados, animais, seres vivos Racionais. Os únicos que conseguem adaptar o meio ambiente às suas próprias comodidades. Ninguém aqui pediu para nascer como o espécime mais complexo da história da Terra, eu sei. Mas aproveite a sua tão gloriosa capacidade de raciocinar e interpretar para viver sem querer ser alguém que tem como prioridade crescer para estar Sobre.
                        Como faço isso? Como vou melhorar? Como estarei sendo alguém íntegro? Se vire. Utilize seu cérebro. Você tem um, se lembra? Aconselho filmes que mostram mais do que ação e pornografia. Livros que contam mais do que polêmicas, histórias fantásticas, pornografia. Música que alimenta mais do que a vontade de beber, de ser ocioso e de pornografia.
                        Ah, pornografia. É uma das coisas que os seres irracionais mais fazem.
                        Ah, e se você realmente se sente feliz realizando atrocidades, parabéns! Você é um doente. Já existe medicina para isso, não subestime a capacidade humana e procure um tratamento. Indeed.