Acróstico é uma espécie de texto cujas
primeiras versões são registradas já no século III, quando a arte literária já
começava a ser aprisionada na perspectiva religiosa.
Embevecido pela arte como sou, quase que um
peregrino pelo que se produz enquanto expressão do que se vê, ouve, sente, ou
cheira, sinto-me um religioso pelo belo.
Belo, valor intrínseco àqueles que vivem ao
lado da música, das ilustrações e do que se escreve, é o sentimento que resolvo
atribuir ao que tenho sentido nesse sutil, mas forte dia de sintonia.
Houaiss me diz ser sintonia a simpatia que
aproxima, a similitude no pensar, a harmonia, a reciprocidade, o acordo:
A
C
R
Ó
S
T
I
C
O
Você me desafiou, diria. Talvez até eu mesmo
tenha sido o oponente de mim. Senti-me de certo um tanto desconfortável pelo
que pareceria pra você uma distância de egos.
Ego, enquanto o que se constitui como o Eu e suas
experiências, o Eu e suas crenças, o Eu e seus receios é o que me atrai em
você. É seu universo particular que me fez provocado. São suas respostas e suas
perguntas que me motivam. São suas pernas.
São seus olhos. Pupilas que, caso em café, ou
cerveja, tentaria sutilmente mergulhar pra fazer íris de borda, branco de
conforto e vermelhidão de vergonha que eu tentaria provocar em você. Ah, sim,
como gosto de deixar alguém sem graça com minhas palavras. Você mereceu, hoje,
que eu te desafiasse a esquecer de seus preconceitos pra te mostrar: “oi, dá cá
um sorriso com minhas palavras, que estou fazendo por onde”.
Marcelo camelo fala “a dor repousa na
vontade”. E agora, Claramente minha presa, o que farei? Escreverei, então.
Assim como intensamente vivo, fortemente vou te oferecer o que se procura em
doses homeopáticas. Por que é o que se procura nessa vida, sinceramente:
homeopatia de sensações. Digo então – e pague pra ver – isso que faço é
homeopatia. Cuidado para não se perder.
Corte-me, que eu então cesso. Dê-me atenção e
então o Belo de Clara se mostrará pelo que a espontaneidade pode me oferecer.
Apenas sendo óbvio: tem como não gostar de arte?