segunda-feira, 4 de julho de 2011

Clara sinceridade


Acróstico é uma espécie de texto cujas primeiras versões são registradas já no século III, quando a arte literária já começava a ser aprisionada na perspectiva religiosa.
Embevecido pela arte como sou, quase que um peregrino pelo que se produz enquanto expressão do que se vê, ouve, sente, ou cheira, sinto-me um religioso pelo belo.
Belo, valor intrínseco àqueles que vivem ao lado da música, das ilustrações e do que se escreve, é o sentimento que resolvo atribuir ao que tenho sentido nesse sutil, mas forte dia de sintonia.
Houaiss me diz ser sintonia a simpatia que aproxima, a similitude no pensar, a harmonia, a reciprocidade, o acordo:

A
C
R
Ó
S
T
I
C
O

Você me desafiou, diria. Talvez até eu mesmo tenha sido o oponente de mim. Senti-me de certo um tanto desconfortável pelo que pareceria pra você uma distância de egos.
Ego, enquanto o que se constitui como o Eu e suas experiências, o Eu e suas crenças, o Eu e seus receios é o que me atrai em você. É seu universo particular que me fez provocado. São suas respostas e suas perguntas que me motivam. São suas pernas.
São seus olhos. Pupilas que, caso em café, ou cerveja, tentaria sutilmente mergulhar pra fazer íris de borda, branco de conforto e vermelhidão de vergonha que eu tentaria provocar em você. Ah, sim, como gosto de deixar alguém sem graça com minhas palavras. Você mereceu, hoje, que eu te desafiasse a esquecer de seus preconceitos pra te mostrar: “oi, dá cá um sorriso com minhas palavras, que estou fazendo por onde”.
Marcelo camelo fala “a dor repousa na vontade”. E agora, Claramente minha presa, o que farei? Escreverei, então. Assim como intensamente vivo, fortemente vou te oferecer o que se procura em doses homeopáticas. Por que é o que se procura nessa vida, sinceramente: homeopatia de sensações. Digo então – e pague pra ver – isso que faço é homeopatia. Cuidado para não se perder.
Corte-me, que eu então cesso. Dê-me atenção e então o Belo de Clara se mostrará pelo que a espontaneidade pode me oferecer. Apenas sendo óbvio: tem como não gostar de arte?

Nenhum comentário: