segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Da série "Romances que eu não fiz": Chuva Urbana

            Romance: contemporâneo; cosmopolita; seco, mas chuvoso; penumbra; teenager;
O livro terá 26 capítulos; Cada um será composto apenas por parágrafos cujas palavras iniciais terão a mesma primeira letra.
Autobiografia secreta que vaza na internet e faz o autor (e protagonista) escrever um prólogo para a versão impressa do livro, explicando que não era sua intenção mencionar os nomes de amigos próximos no livro. O erro aconteceu justamente por que o rascunho vazado estava inacabado e esse era um dos detalhes que ainda seria alterado. Seu livro e seu prólogo mais pareceram uma obra propositalmente póstuma, já que é lançada no dia em que ele é achado, pouco antes da cerimônia de autógrafos, morto por overdose em seu apartamento.
Um músico que, aos 20 anos, vê-se em uma posição invejada por muitos outros rapazes da sua idade. Ao ser convidado para tocar em um importante festival britânico, recebe a proposta de uma importante gravadora inglesa para gravar e morar em Londres. Não só um sonho de carreira, mas uma forma de sair do armário. Ele fica extasiado ao saber que vai se libertar de vez dos dogmas preconceituosos de sua família evangélica. Não apenas isso: vai poder viver sua sexualidade de forma plena, além de ter a oportunidade de provar todas as drogas que tanto ouviu falar em suas imersões pelo mundo pop da música. Special K, as melhores anfetaminas e a melhor cocaína do mundo, entre outras coisas. Meses depois de sua ida permanente a Londres, ele conhece uma lésbica em uma festa apenas para músicos. Ela era uma inglesa convidada, designer e pintora nas horas vagas. Eles se tornam amigos. Ele sofre preconceito por não ter um emprego estável e ser estrangeiro. Ela vê a repulsa dele e o pede em casamento, a fim de deixá-lo numa situação melhor no país. Mas nenhum dos dois sabia que a banda ia crescer, mais e mais, até tornar-se um sucesso internacional. Apesar do casamento “inútil”, eles acabam bêbados em quase todas as festas. Até que um dia, com ambos solteiros e mal-amados, acontece uma noite de sexo que deturpa a mente de ambos. Ele acorda confuso com seus valores de transgressão e prazer, enquanto ela desperta para um desejo adormecido por um antigo trauma heterossexual. Afinal, eles são homossexuais? A história deve levar o leitor a pensar que a ânsia por transgressão de regras patriarcais pode levar ao homossexualismo, que algumas vezes é acompanhado do uso excessivo de drogas ilícitas. Não somente isso, a leitura deve levar a seguinte questão ao público: Será que o prazer é momentâneo ou uma soma de passagens que fazem a vida levar a pena?
            Ele lia Clarice Lispector, Marcelo Rubens Paiva, Jostein Gaarder, E tentou ler Freud e Nietzsche, mas desistiu no meio do caminho.
            A sua irmã mais velha lhe apresentou bandas como Placebo, Oasis, Blur, Radiohead, The Verve. A parte eletrônica ele mesmo descobriu.
            “The truth, and the beginning of my bloody history, is: I have always been addicted to the rain”

Nenhum comentário: