sexta-feira, 22 de abril de 2011

Coldplay


então põe um coldplay pra tocar
não, ninguém vai se machucar
Só se machucar aquela canção

vai, bota joy division na radiola
desse jeito acho que um climinha rola
etc.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Da série "Romances que eu não fiz": Chuva Urbana, demo


            Não sei, mas sempre preferi as matérias de línguas. Das línguas faladas e dos músculos incansáveis, sempre fui fã. Mas não querendo tornar o assunto ambíguo e/ou pornográfico, apenas quis deixar claro que a linguagem é algo bem cool. Esse charme dos poliglotas pode ser explicado, se você quiser, de forma óbvia: cada língua carrega uma gama de sentimentos próprios, oras. E um exemplo – até batido – disso é a palavra saudade. Não se encontra um substantivo como esse no inglês, ou francês. Mas vai me dizer que o francês perde para o português? Jamais, monsieur. Portanto, os poliglotas têm o feeling para com os outros da sua espécie bem maior, meu caro.
            Na verdade, eu precisava muito daquelas matérias para alimentar meus vícios: música e política. Não a política sacal, partidária e que me fazia votar a cada dois anos em pessoas que eu mal tinha ouvido falar. A política que eu praticava era a de quem tem muitos amigos e acha isso uma virtude. Eu tinha uma dependência social e a alimentava ao fazer sempre questão de ser o mais popular na escola. Mal sabia eu que isso ia me ajudar na hora de entrar de cabeça e coração no meu outro best hobby ever.
            Nossa, eu era emputecido com meus pais por ter crescido numa família religião pride, mas renegada às artes. Fala sério: altos pintores, músicos e literatos dedicaram seus talentos a esse misticismo horrendo para nada? Os consumidores da religião católica apostólica romana deveriam apreciar não só as palavras fascistas da bíblia, como também as coisas boas que ela tem a oferecer. É, eu não posso ser hipócrita ao ponto de dizer que a Igreja só trouxe miséria escurecida; foi uma miséria de penumbra poética.
            Essa raiva passou a existir desde que eu nasci (em outras palavras: começou) quando, na fase boy sem noção, eu quis ser músico e tocar na televisão. Qual foi, meu velho? Pagodeiros sem-vergonha levavam teclados em forma de guitarra para (não) cantar com um playback e ganhar discos de platina? Iu; ever. Eu era maluco para aprender a tocar uns violões como o Geraldo Azevedo, músico que meu pai sempre dizia que gostava, e arranjar uma forma de mostrar naquele programa como dá para ser uber descolado sem usar tecladinhos-guitarra, ou playback para não errar. E eu era from hell assim com os pagodeiros já aos 11! Nossa, imagina aos 13.

Da série "Romances que eu não fiz": Chuva Urbana

            Romance: contemporâneo; cosmopolita; seco, mas chuvoso; penumbra; teenager;
O livro terá 26 capítulos; Cada um será composto apenas por parágrafos cujas palavras iniciais terão a mesma primeira letra.
Autobiografia secreta que vaza na internet e faz o autor (e protagonista) escrever um prólogo para a versão impressa do livro, explicando que não era sua intenção mencionar os nomes de amigos próximos no livro. O erro aconteceu justamente por que o rascunho vazado estava inacabado e esse era um dos detalhes que ainda seria alterado. Seu livro e seu prólogo mais pareceram uma obra propositalmente póstuma, já que é lançada no dia em que ele é achado, pouco antes da cerimônia de autógrafos, morto por overdose em seu apartamento.
Um músico que, aos 20 anos, vê-se em uma posição invejada por muitos outros rapazes da sua idade. Ao ser convidado para tocar em um importante festival britânico, recebe a proposta de uma importante gravadora inglesa para gravar e morar em Londres. Não só um sonho de carreira, mas uma forma de sair do armário. Ele fica extasiado ao saber que vai se libertar de vez dos dogmas preconceituosos de sua família evangélica. Não apenas isso: vai poder viver sua sexualidade de forma plena, além de ter a oportunidade de provar todas as drogas que tanto ouviu falar em suas imersões pelo mundo pop da música. Special K, as melhores anfetaminas e a melhor cocaína do mundo, entre outras coisas. Meses depois de sua ida permanente a Londres, ele conhece uma lésbica em uma festa apenas para músicos. Ela era uma inglesa convidada, designer e pintora nas horas vagas. Eles se tornam amigos. Ele sofre preconceito por não ter um emprego estável e ser estrangeiro. Ela vê a repulsa dele e o pede em casamento, a fim de deixá-lo numa situação melhor no país. Mas nenhum dos dois sabia que a banda ia crescer, mais e mais, até tornar-se um sucesso internacional. Apesar do casamento “inútil”, eles acabam bêbados em quase todas as festas. Até que um dia, com ambos solteiros e mal-amados, acontece uma noite de sexo que deturpa a mente de ambos. Ele acorda confuso com seus valores de transgressão e prazer, enquanto ela desperta para um desejo adormecido por um antigo trauma heterossexual. Afinal, eles são homossexuais? A história deve levar o leitor a pensar que a ânsia por transgressão de regras patriarcais pode levar ao homossexualismo, que algumas vezes é acompanhado do uso excessivo de drogas ilícitas. Não somente isso, a leitura deve levar a seguinte questão ao público: Será que o prazer é momentâneo ou uma soma de passagens que fazem a vida levar a pena?
            Ele lia Clarice Lispector, Marcelo Rubens Paiva, Jostein Gaarder, E tentou ler Freud e Nietzsche, mas desistiu no meio do caminho.
            A sua irmã mais velha lhe apresentou bandas como Placebo, Oasis, Blur, Radiohead, The Verve. A parte eletrônica ele mesmo descobriu.
            “The truth, and the beginning of my bloody history, is: I have always been addicted to the rain”

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Poor (He)art Of Mine


Hurted heart of mine
Gold mine of dust, shine
bride for life, arise
Don't drown, become art

Do harm to others to make me fine
Push out from me what's hard to find
To make, to create, to manipulate
Let the tears fall and open my mind

Let it fly, be kind
Poor hart of mine

Be obsessed about what you live for, hart
Don't be lazy, messy
passive agressive

Untie the bond of the traditional life
Made by the haters, mockers, jokers and pretenders

The fear was put down
Poor art of mine

domingo, 24 de maio de 2009

Focus on...


'cause you try the best you can
hang it all around
try the best you can
do it all again
(do it all again) 2x

'cause you try to prove yourself
good enough to loose
good enough to handle
best enough to do
it's good the way you do
(good the way you do)

all this because you feel
your sense is real
your mind is pure
you feel they need
what your can offer and more
(and more)

you think they have
to listen to
to care
to go
to make it through
the goal
(the goal) 2x

But then you know
you're not that all
it's just a dream
and you are a moron
(moron) 2x

so learn the speech
and pray to reach
the half you think
what you deserve
(deserve) 3x

so just shut it up
and then focus on
the mess you've created

and make it undone (4x)

maybe you'll be satisfied
or it will just send you
back in time (4x)

domingo, 28 de dezembro de 2008

À maciez dela


            Levanto-a e a encosto na estante. Os cabelos dela são mais claros, mas a imaginação faria as luzes para mim. Ligo Portishead e deito-a no tapete felpudo, que me lembra o chão de madeira envernizada onde eu fiz dela minha mulher de verdade pela primeira vez. Mas fico me sentindo culpado no meio de tudo aquilo: abraço-a e me lembro dela, como se a moça de cabelos mais longos e escuros fosse alguém que já tinha escapado da minha realidade há algum tempo.
                        Não deveria eu fazer aquilo, diz meu senso de humanismo. Minha alma feminista reitera, estou esnobando-a sem ao menos conhecê-la. Mas o amor... Ah, o amor: “A loira domina você, não há nada o que fazer. I’m the owner of your thoughts”. Tentei fazê-la alguém com uma personalidade distinta da que minha mente pudesse criar, diferente para não igualar à dela. Mas já era tarde, não tinha me dito seu nome e já estava presente naquele chão, já estava sob mim.
                        O fluxo de maciez e conforto que as mulheres proporcionam é, de certo modo, idêntico. Um homem poderia ter sua única mulher pela vida inteira, pois não há o quê comparar, de certa forma. O problema (lê-se a diferença) é a vida, os olhos, a face rubra de prazer. Faço-me monogâmico, então: todas são ela. Ela me põe no chão, ela me faz a própria libido, ela me tem e me explode em carnes, em coxas.
                        É aí que eu caio do éter de minha mente e percebo o que faço. Estou com duas mulheres, mas não posso chamá-las pelo nome dela. Nenhuma das duas, de fato, têm nome. Lição melhor do que essa quanto à questão “por que não falar nessas horas”? Creio que sim, apenas não serei onisciente o suficiente para ter outra reflexão à altura. Estou ocupado, lembra?
                        Mas o pior não é o silêncio arredio, não é a ilusão, não é a ausência dela. O que me enerva é me lembrar que as mulheres têm peculiaridades distintas que acabam acordando-o e pensando como os detalhes daquele momento real são novos. São interessantes. São instigantes. Ela acabou de me deixar numa posição mais que agradável: inovadora.
                        Passo a valorizá-la e sair do meu alter ego apaixonado por ela. Faço carinho em sua nuca e mostro que não a levei até meu apartamento à toa. Fico sóbrio o suficiente para dominar a situação e me provar um galanteador barato, mas bom no que faz. Traço provado pelas longas linhas deste conto: mulheres anseiam uma longa duração de prazer carnal.
                        Apesar dos corpos suados e do ligeiro cansaço, não faço a mínima idéia do tempo passado, muito menos ligo para isso. Agora estou aproveitando e concretizando o que imaginei na boate ao vê-la, antes dela me entorpecer na garagem de casa e tomar minha mente, acendendo o amor fétido que me condena a dias alcoolizado, roendo com o Dylan e um scotch.
                        Enfim, gemidos e falta de ar pós-torturas criadas à minha experiência. Percebo que a fiz, de certa forma, agradecida por estar ali comigo; fiz a noite valer a pena. Mas agora era a minha vez, o meu desfecho, a minha morte. Morte que é desencadeada por convulsão ligeira, dedos dormentes, sutil espasmo muscular. Morte que, logo após, a faz ser alguém que me enoja, que me enjoa e me deixa cansado de “amá-la”. Por que não era ela, por que não tinha cabelos loiros nem faces rubras do jeito que o alter ego era acostumado e pedia.
                        É assim que descobrimos a traição do desejo carnal: é depois do desentrelaçar que me torno alguém imundo por não querê-la mais, apenas querer ela. Pobre homem, pobre mulher qualquer.

domingo, 30 de novembro de 2008

M.usa

Da Mata, Sá, Céu, Cibelle, Gilberto, Becker. A melhor: a voz daquela em que me deleito e me encho de êxtase. Não obstante, a dança da que me faça flutuar como que aos pés de seu vestido rodado.
Não há uma nova musa da música popular brasileira. Há, sim, as mulheres que nos enchem de alegria e tristeza ao mesmo tempo.
Alegria, pelo cantado que só essas novas belezas nos trazem, matando qualquer chance de não termos uma nova safra de compositores e intérpretes tão talentosos como os do século passado.
Tristeza, por que elas sempre vão embora do palco, nos deixando aquela amargura de quem realmente se sensibilizou pela gama de charmes que essas moças trazem consigo.
Apesar destes pesados encontros, os encantos sempre nos celebrarão saúde e amor em seus álbuns (cujo peso real só será encontrado nos originais, certo?). Esses nos trarão ainda outras trilhas nem tanto tocadas, cantadas, para completar aquele momento que você pensava ser impossível terem levado a uma música. Pobre rapaz, não sabe do que um ser humano é capaz.